ABNER DE BRITO, POETA, JORNALISTA, MAGISTRADO, PROMOTOR PÚBLICO
Nasceu em Caicó-RN, a 29.11.1890, filho de Pedro Paulino
Pereira de Brito e d. Maria Leopoldina Pereira de Brito. Após cumprir os
estudos iniciais transferiu-se para Recife e cursou a Faculdade de Direito,
formando-se em 1912. Retorna ao Estado como Promotor Público, nomeado para sua
cidade de origem, e ali se casa com Elisa Dantas de Brito. Veio para Natal,
posteriormente, onde exerceu os cargos de Secretário da Escola Normal e
Procurador Fiscal do Tesouro. Foi, ainda, na área jurídica, Juiz Distrital em
Augusto Severo e, sucessivamente, Promotor Público nas Comarcas de Currais
Novos e Macau. Entremeio a essas atividades, contudo, próprias à sua
qualificação profissional, avulta o jornalista (colaborou na imprensa de todas
as cidades por onde passou) e, sobretudo o "poeta brilhante", como o
qualifica Veríssimo de Melo (Calendário Cultural e Histórico do Rio Grande do
Norte, p. 80). Para Câmara Cascudo, Abner de Brito revelou-se poeta trágico, no
estilo de Augusto dos Anjos, "(...) sendo mais lúgubre, mais triste, mais
negro", diz, e complementa: "O seu vulto magro, de ombros decaídos, a
cabeça de leonina cabeleira e a voz de reflexos metálicos encheram Natal de
pasmo e admiração" (Alma Patrícia, p. 34). Tornar-se-ia um
"esteta", segundo o Mestre, com "a sua métrica perfeita, o seu
ritmo seguro e a sua frase clara, sonora e cantante" (op. cit., mesma
página). Com efeito, tinha na voz poderoso elemento catalisador ao declamar os
seus poemas, cuja musa – a morte – parecia exercer mórbido fascínio sobre sua
personalidade. Mas essa foi a fase inicial de sua criação, na qual produziu
poemas como "Ossário" e outros do gênero. Depois, suaviza suas
imagens e passa a um período de romantismo que o consagra definitivamente
perante a crítica. No início da década de 40, e por vários anos, está no Ceará-Mirim.
Pobre, sempre mal vestido. Mantinha-se, então, como professor particular.
Partiu, enfim, para o Paraná, fixando residência em Curitiba, e ali faleceu em
24 de janeiro de 1951FONTE – FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO